Mobilidade

Liberada sim, pronta ainda não

Corredor de ônibus do trecho entre General Neto e avenida Bento Gonçalves não poderá ser utilizado nos próximos 30 dias; nos demais, fluxo será normal

Jô Folha -

Lá se vão 386 dias de barulho, bloqueios no trânsito e reclamações frequentes de moradores e comerciantes ao longo da General Osório. Impedidos de circular durante mais de um ano por toda a extensão da via por conta das obras, a partir da manhã de hoje ônibus, carros e motos ficam liberados nos 3,3 quilômetros entre a Gomes Carneiro e a Dom Joaquim.

Apesar de se verem livres de cones e desvios inesperados, ainda levará um tempo para que os motoristas possam andar em uma Osório totalmente requalificada. Isso porque durante os próximos 30 dias, segundo a prefeitura, parte do corredor de ônibus não será utilizada. Mais especificamente no trecho entre a rua General Neto e a avenida Bento Gonçalves, onde o concreto colocado no lado direito da pista ainda não está seco o suficiente para suportar o peso do transporte público. Nos demais trechos, o fluxo dos coletivos deverá ocorrer normalmente no corredor.

Iniciada em fevereiro de 2016, a intervenção já está bem além do tempo previsto. Quando anunciada, a requalificação foi prevista para durar apenas cinco meses. No entanto, segundo o secretário de Planejamento e Gestão, Paulo Morales, o contrato assinado com a empresa SBS Construções aponta como limite abril de 2017.

Mesmo assim, a liberação do trânsito, apesar da continuidade das obras, é considerada positiva. “Ainda há muita coisa a ser feita. Concluir drenagem, mobiliário urbano, acessibilidade. Mas o grande problema, que era o trânsito trancado que atrapalhava motoristas e prejudicava até o comércio, este irá acabar”, afirma.

Comerciantes esperançosos e passageiros desconfiados
Dono de um mercado próximo ao Colégio Pedro Osório, Douglas Souza, 25, conta que desde o início das obras em frente ao estabelecimento, em outubro do ano passado, ficou difícil manter as contas em dia. Com a baixa circulação de pessoas pelo local, contabiliza queda de 70% na clientela. Foi obrigado até a demitir um dos funcionários. Ontem, enquanto via a última camada de asfalto ser colocada na rua, se mostrava mais animado. “É uma obra importante, para melhorar o trânsito na Osório. Só espero que agora os clientes voltem e as vendas melhorem.”

Enquanto ele e os demais comerciantes ao longo da rua comemoram a liberação em frente às suas lojas, alguns usuários do transporte coletivo se dizem desconfiados com o resultado. “Se tem uma coisa positiva é que os ônibus não jogam mais água na gente. Mas é estranho esse concreto mais alto que a calçada”, comenta a empregada doméstica Ana Paula Teixeira, 33. Moradora da Sanga Funda, ela pega ônibus diariamente na Osório e prefere aguardar o final da obra antes de dizer se gostou ou não.
Fiscalizando e orientando o fluxo de veículos desde o primeiro dia de obras, o agente de trânsito Marcelo Carvalhal, 48, diz ter se habituado a ouvir reclamações e buzinas. Ontem, já planejava o aguardado dia da liberação dos veículos. “Serei o primeiro a chegar, bem cedo, para retirar os cones”.

A obra
- A requalificação completa da rua General Osório prevê asfaltamento, construção de corredores exclusivos de ônibus, alargamento da via em alguns pontos, drenagem, ajustes nas calçadas com acessibilidade, sinalização e novo mobiliário urbano.
- O custo total da obras é de R$ 9,377 milhões, sendo 95% de recursos federais e 5% de contrapartida da prefeitura.
- O prazo para a finalização de todas as melhorias previstas em contrato é 20 de abril de 2017.
- Apesar do trânsito liberado hoje, alguns pontos ainda apresentam problemas que podem atrapalhar o trânsito, como a esquina com a rua Doutor Amarante, onde o concreto para o corredor de ônibus ainda não foi colocado por conta da necessidade de nova tubulação para drenagem.
- Na esquina com a Antônio dos Anjos ainda há muito material acumulado sobre a pista exclusiva aos ônibus, o que irá exigir desvios dos motoristas.
- Nas quadras mais próximas à Dom Joaquim, o concreto do corredor dos coletivos está mais alto que a calçada. A promessa da prefeitura é corrigir o problema com as novas paradas de ônibus.

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